Como já citado aqui nesse blog, o hidrogênio é “multicolorido”. O H2V (sigla para o hidrogênio verde) é obtido pela eletrólise da água, usando energia elétrica proveniente de fontes renováveis e que não gerem CO2.
Usando bons eletrolisadores “convencionais”, a eficiência energética não passa de 80%, sendo que esse é um dos “problemas” dessa rota tecnológica.
Recentemente uma startup australiana, a Hysata, conseguiu um aporte financeiro de mais de 110 milhões de dólares, a serem investidos em seu promissor eletrolisador. O dinheiro será investido em pesquisas para aprimoramento da tecnologia e para aumentar sua capacidade de fornecimento de equipamentos para o mercado consumidor.
Mas, afinal, o que a Hysata alcançou? Essa empresa ultrapassou metas, estabelecidas pela IRENA (International Renewable Energy Agency, ou agência internacional de energia renovável), que tinham previsão de serem alcançadas em 2050. O eletrolisador desenvolvido pela Hysata pode alcançar uma eficiência de até 95%, reduzindo o consumo de energia elétrica necessária, para produzir 01kg de hidrogênio verde, de 52,5 kWh para 41,5 kWh.
A tecnologia desenvolvida por essa empresa conseguiu, basicamente, eliminar três problemas observados em eletrolisadores. O primeiro deles é a fixação de bolhas de gases (hidrogênio e oxigênio) nos eletrodos; essas bolhas, ao se fixarem nos eletrodos, reduzem sua área de contato com o eletrólito e, por questões obvias, reduzem a eficiência do equipamento. O segundo problema encontrado é a formação de espuma (gases em meio líquido), que requer que exista um fluxo contínuo de recirculação de líquido pelo eletrolisador. O terceiro problema é a energia elétrica necessária para resfriar os sistemas convencionais.
A Hysata adotou a interessante abordagem de utilizar capilares para transportar água para os eletrodos. Esse conceito de eletrólise capilar garante que os gases sejam coletados em câmaras específicas, ao invés de haver o desprendimento de gases no meio eletrólito – eliminando, assim, os dois primeiros problemas descritos anteriormente. A eliminação do terceiro problema se dá diretamente pelo aumento da eficiência energética do sistema.
A alta eficiência dos equipamentos desenvolvidos pela Hysata poderão garantir, às estações geradoras de H2V, custos operacionais reduzidos. Além disso, a “simplicidade” do sistema sinaliza que os custos de implantação também serão menores. Se eles conseguirem aliar baixos OPEX e CAPEX, além do sucesso tecnológico, eles alcançarão também um grande sucesso comercial.
Como citado no início dessa publicação, o hidrogênio é multicolorido; para saber um pouco mais sobre o hidrogênio turquesa, clique aqui.