Os combustíveis são classificados em dois grandes grupos, que são os combustíveis renováveis e não renováveis; esses se dividem em outros dois grupos, que são os combustíveis primários e os secundários.
Essa série de duas publicações irá abordar os combustíveis renováveis secundários, ou seja, são aqueles que não têm base fóssil e que demandam processamento. Vamos tratar, especificamente, sobre os biocombustíveis e você sabia que já estamos na quarta geração desses combustíveis?
Mas, antes de falar de cada uma das gerações, é importante registrar, mais uma vez, que os biocombustíveis têm um papel (futuro) essencial na redução de emissão de CO2 na atmosfera e, além desse importante resultado ambiental, esses produtos devem evoluir de forma a suprir as demandas energéticas de um futuro com petróleo escasso e caro.
Biocombustíveis de primeira geração:
Os combustíveis de primeira geração tiveram enorme importância (e ainda têm, em muitos lugares do mundo), mas essa geração apresenta uma grande desvantagem: “- A competição com alimentos”. Além disso, o balanço energético e o balanço de carbono nem sempre são bons, o que faz com que esses combustíveis não atendam à necessidade de redução de emissão de CO2 (ver nota 01).
As rotas tecnológicas utilizadas para a conversão desses combustíveis são, em geral, pouco eficientes, o que contribui para que os balanços não atinjam níveis ótimos. Para o caso do etanol de primeira geração, a principal rota tecnológica é a fermentação, usando leveduras.
Os combustíveis de primeira geração são produzidos a partir, por exemplo, de milho ou de cana-de-açúcar. Quando produzidos a partir do milho, o impacto nos preços dos alimentos é maior do que o observado na produção baseada em cana.
No Brasil, a produção de biocombustíveis de primeira geração é muito expressiva e sua oferta deve atingir, em 2032, 46 bilhões de litros, conforme o plano decenal de expansão de energia, da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Desse total, estima-se que cerca de 79% terão a cana-de-açúcar como insumo primário e pouco menos de 20% será produzido a partir do milho, como mostrado na Figura 01.
Na próxima semana apresentaremos os biocombustíveis de segunda, terceira e de quarta geração.
Nota 01:
A cultura de cana-de-açúcar brasileira é muito eficiente e emprega muita tecnologia, o que contribui para que o rendimento das plantações seja alto e o balanço de carbono “possa ser” favorável. Além, disso, o balanço energético do etanol de cana-de-açúcar é mais favorável do que o balanço do etanol de milho.