O nióbio é um metal de transição na tabela periódica, que faz parte do nosso cotidiano e que muitas vezes nem temos ideia. Ele possui uma ampla utilização na indústria e o Brasil é líder na extração de minérios (pirocloro / columbita-tantalita) dos quais o nióbio é extraído, sendo responsável por mais de 90% da oferta mundial de nióbio processado.
Além de ser líder na oferta desse metal, que foi descoberto em 1801 pelo químico inglês Charles Hatchett, o Brasil também possui cerca de 90% das reservas minerais das quais esse metal pode ser obtido.
Suas inúmeras utilidades e características de transformar as propriedades químicas de outros materiais, seja pela leveza conferida à ligas metálicas, por sua alta condutividade térmica e elétrica, por sua grande resistência a corrosão e ao calor, justificam sua tamanha importância nas indústrias.
O nióbio vem sendo aplicado em diversas áreas, como a geração de energias renováveis, infraestrutura e mobilidade urbana, indústria aeroespacial, baterias, aparelhos de ressonância magnética, catalizadores, lentes de câmeras, etc.
Mas qual é o potencial financeiro do nióbio hoje?
No primeiro semestre de 2023, o Brasil teve um faturamento de pouco menos de 600 milhões de reais com o nióbio. Isso mostra que, embora o Brasil atenda grande parte do mercado mundial, a demanda ainda é pequena. Abaixo são apresentados outros números da mineração brasileira (faturamento no primeiro semestre de 2023), para comparação:
- Ferro: pouco mais de 70 bilhões de reais;
- Cobre: pouco menos de 8 bilhões de reais;
- Alumínio: pouco mais de 3 bilhões de reais;
- Níquel: pouco menos de 1 bilhão e 700 milhões de reais;
- Lítio: pouco menos de 1 bilhão e 450 milhões de reais.
Como forma de fechar o entendimento do tamanho do mercado mundial para o nióbio, o Brasil é responsável por cerca de 7% da produção mundial de cobre.
Voltando à pergunta do título desse post, o nióbio pode contribuir para o processo de fortalecimento da indústria brasileira, mas, para isso, o emprego desse metal precisará continuar sendo estudado e o Brasil precisará entregar, para o mundo, produtos que tenham alto valor agregado pelo uso do nióbio.