Na postagem da última semana mostramos que os números referentes ao câncer de mama são alarmantes e novas ações precisam ser tomadas. Todos sabemos que o diagnóstico precoce é a melhor arma para combater essa doença e a engenharia vem, há muito tempo, contribuindo com a medicina.
É fato que a física e a engenharia contribuem muito para a medicina baseada em diagnósticos por imagens (é difícil imaginar a medicina sem máquinas de raio-X, sem tomógrafos, sem mamógrafos e sem as máquinas de ultrassom e de ressonância magnética).
Todos os equipamentos e técnicas citadas já tem certa idade, mas a engenharia não parou de encontrar meios para contribuir com o diagnóstico de câncer de mama. Seguem alguns exemplos dos últimos 10 anos.
Engenharia e o mecanismo das células do câncer de mama
Biólogos e engenheiros de um centro de pesquisa estadunidense pesquisaram, em 2015, células do câncer de mama e uma abordagem de engenharia foi adotada para determinar um modelo matemático que indica se as células cancerígenas serão resistentes ao tratamento ou não.
Esse estudo resultou na identificação de uma molécula que determina o comportamento celular, o que define, em boa medida, as chances de cura.
Imagens térmicas para identificação de células cancerígenas
Em 2021, um engenheiro e pesquisador brasileiro desenvolveu uma técnica para diagnosticar a presença de células de câncer de mama, usando imagens térmicas. O professor da UFU (Universidade Federal de Uberlândia) desenvolveu métodos de captura de imagem e o seu devido processamento, de modo a identificar diferentes taxas metabólicas celulares. Como a atividade metabólica de uma célula saudável é diferente da atividade de uma célula de um tumor, o professor conseguiu identificar, de forma não-invasiva, a presença de um tumor.
Novos engenheiros, um chip e um bem para a humanidade
Em janeiro desse ano, quatro jovens estudantes brasileiros mostraram sua contribuição para a medicina (talvez não se torne comercial, mas a ciência é assim; os desenvolvimentos vão se somando até que o uso em escala seja alcançado). Eles desenvolveram um dispositivo capaz de identificar a proteína HER2, que é uma das proteínas liberadas quando as células se dividem de forma desordenada, levando ao surgimento de tumores. Os alunos usaram a eletrônica e a micromecânica para identificar a presença dessas proteínas no organismo.
Como resultado desse trabalho brilhante, dois dos quatro alunos participaram de uma das maiores conferências acadêmicas, que ocorreu em San Franciso (EUA).
Esperamos que a engenharia continue a contribuir com os avanços na medicina e que novos equipamentos e dispositivos sejam desenvolvidos e que novos protocolos de saúde sejam aplicados, nos beneficiando e nos proporcionando melhores cenários relativos ao câncer de mama (e de outras doenças, é claro!).