Esse blog já apresentou o hidrogênio (e suas várias cores) como uma fonte de energia moderna, promissora e (que pode ser) limpa.
Como o hidrogênio não é uma fonte primária de energia, é necessário “produzir” (separar) esse elemento e as tecnologias para aumentar o rendimento dos processos de eletrólise, por exemplo, para obtenção do hidrogênio verde (H2V) estão caminhando a passos largos.
Mas, hoje, o objetivo não é falar sobre as rotas tecnológicas possíveis nem sobre as novas tecnologias; o objetivo de hoje é apresentar um cenário de possível expansão da indústria brasileira (esperamos que se concretize).
O Brasil tem potencial para ser um dos maiores players, senão o maior, no mercado fornecedor de H2V mundial. Esse potencial se apoia na matriz energética atual e como ela vem se modificando, com o aumento, expressivo, da oferta de energia elétrica proveniente das fontes primárias solar e eólica. Recentemente foi aprovada a Lei 14.948 que institui o marco legal do hidrogênio no Brasil. Esse é um aceno para os investidores de que o Brasil está comprometido com o estabelecimento de grandes parques de geração de hidrogênio de baixa emissão de carbono.
Com o anúncio de (possíveis – vamos esperar a concretização!) investimentos de quase R$190 bilhões, o Brasil tem se fixado como uma das grandes promessas desse mercado.
Além de ser referência por ter grande oferta de energia elétrica de fontes renováveis, o Brasil possui portos com grande potencial para se tornarem grandes hubs, na cadeia de distribuição do hidrogênio. O porto de Pecém, no Ceará, deverá receber grandes investimentos para esse fim. Além do porto de Pecém, a região de outros três importantes portos marítimos têm se preparado para serem polos fornecedores.
Um estudo feito pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) apontou a dificuldade de investimentos brasileiros e a falta de capacidade para oferta de subsídios, quando comparada à capacidade da Europa e dos Estados Unidos, são pontos de atenção.
É interessante destacar que o estudo da CNI aponta que devem ocorrer investimentos para a geração de hidrogênio dentro das próprias unidades consumidoras e essa forma de investimento se mostra como mais favorável do que os grandes investimentos voltados à grandes volumes para exportação.
Seja por um caminho ou por outro, o Brasil pode fortalecer sua indústria e sua economia, se apoiando nesse importante vetor de energia.
Usar esse momento como motor de transformação econômica e social, através de investimento em educação técnica e tecnológica e aumentando o número de empregos na indústria, por exemplo, é uma questão chave. E como resultado (se tudo correr bem e as previsões se concretizarem), teremos um planeta com menores emissões de carbono, o que é fundamental para o futuro da humanidade.