Capacitores são dispositivos antigos (1745 – obviamente eram muito diferentes dos capacitores modernos) que podem acumular cargas elétricas e são amplamente utilizados em sistemas elétricos e eletrônicos.
Com base nos conceitos de capacitores, pesquisadores do MIT (Massachusetts Institute of Technology) estudaram o armazenamento de energia em estruturas de concreto.
Focando no objetivo de “transformar” rodovias e edificações em “baterias”, o laboratório do professor Damian Stefaniuk desenvolveu um composto formado por cimento, água e negro de fumo, que é capaz de armazenar energia e tem potencial para transformar estruturas de edificações e rodovias em supercapacitores.
A mistura definida pelos pesquisadores não prejudicou as características mecânicas do concreto.
Essa tecnologia ainda está em fase de desenvolvimento, mas pode ser usada, em data não muito distante, em rodovias capazes de carregar a bateria de veículos, com esses veículos em movimento, como aponta o professor da USP, Fernando de Lima Caneppele.
Mas essa tecnologia tem viabilidade ambiental? Não sabemos responder essa pergunta, mas a indústria de cimento ocupa a terceira posição, quando o assunto é emissão de gases de efeito estufa; em nível mundial, a indústria de cimento é responsável por 7% de todo o dióxido de carbono (CO2) emitido na atmosfera e há vários pesquisadores trabalhando em busca de reduzir e/ou eliminar o cimento do material mais consumido no mundo, que é o concreto.
A C-Crete, uma empresa da Califórnia, tem a patente de um concreto que não usa cimento e é carbono negativo, ou seja, o balanço é negativo (esse material captura mais dióxido de carbono do que é emitido em sua produção), se apresentando, assim, como um produto de grande interesse para as agendas de combate às mudanças climáticas.
E o futuro será como? Com concreto, com cimento e negro de fumo, capaz de armazenar energia elétrica proveniente de fontes renováveis (como a solar) ou com concreto sem cimento e capaz de sequestrar CO2 da atmosfera?