Definição de risco e de segurança
Ao abordar o assunto “segurança de processo”, é sempre importante ter clareza de que todos os interlocutores entendam, de forma clara, o que é risco e, obviamente, o que é segurança.
Risco é a combinação da frequência de possível ocorrência (probabilidade) de um evento e a severidade dos danos causados por esse evento, enquanto estar seguro é estar livre de um risco que não é tolerável. Entender o que é “estar seguro” é fundamental, pois, por definição, estar seguro não é sinônimo de estar livre de
quaisquer riscos.
Identificação de perigos e análises de riscos
Em geral, a realização do estudo de um processo inclui três perguntas básicas que devem ser respondidas:
- O que pode dar errado? (perigo)
- Se acontecer, qual é a gravidade? (severidade dos danos / impactos)
- Qual é a probabilidade de ocorrer? (frequência)
A obtenção das respostas, as análises de cenários, a tomada de decisão, etc., devem ser suportadas (e guiadas) por alguma(s) ferramenta(s). Como exemplo, podemos citar HAZOP (Hazard and Operability Study), FMEA (Failure Mode and Effects Analysis) e LOPA (Layers of Protection Analysis).
O uso de uma ou mais ferramentas (há várias outras), auxiliará na identificação dos perigos, na análise dos riscos e na definição de medidas para redução dos riscos (seja pela redução da probabilidade de ocorrência, seja pela redução dos impactos gerados).
Se estar seguro é estar livre de um risco que não seja tolerável, fica claro que, antes de se tomar a decisão de aplicar medidas para redução de riscos, é preciso que a empresa defina os limites¹ do que é considerado risco intolerável, risco tolerável e risco aceitável. É importante registrar que esses limites podem e são definidos com base na cultura de segurança de cada organização, claro, sempre respeitando os requisitos legais e normativos aos quais a organização está submetida.
Os estudos devem ser realizados por um time multidisciplinar, de forma a cobrir todos os pontos de interesse e, em geral, são conduzidos por pessoas especializadas em segurança de processos. Esses estudos podem (e devem) ser aplicados em qualquer etapa do ciclo de vida de uma instalação industrial, no entanto, deve-se ter atenção especial em algumas etapas, como por exemplo, realizar um estudo antes de uma planta industrial entrar em operação e, ainda, após a planta passar por modificações que alterem os cenários estudados em outra etapa.
Nota 01:
É óbvio que esses limites devem ser definidos antes da aplicação de qualquer análise / estudo.
Outras pílulas sobre esse assunto:
- PL05-5060-01: Gestão de segurança de processo baseada em riscos – Introdução;
- PL05-5060-02: Gestão de segurança de processo baseada em riscos – Abordagens na prevenção de acidentes;
- PL05-5060-03: Gestão de segurança de processo baseada em riscos – Cultura de segurança de processo e cumprimento de normas;
- PL05-5060-04: Gestão de segurança de processo baseada em riscos – Competências em segurança de processo e gestão de conhecimento do processo;
- PL05-5060-06: Gestão de segurança de processo baseada em riscos – Integridade e confiabilidade dos ativos;
- PL05-5060-07: Gestão de segurança de processo baseada em riscos – Gestão de prestadores de serviços;
- PL05-5060-08: Gestão de segurança de processo baseada em riscos – Gestão de mudanças.
Elaborado por: Everton Salomé
Referência LTI: PL05-5060-005_0