Competência em segurança de processo
Podemos associar, diretamente, a competência em segurança de processo (assim como quaisquer outras) ao desenvolvimento e aprimoramento do conhecimento, atráves, por exemplo, de treinamentos. Sendo assim, a tríplice aliança formada por melhoria contínua / aumento do conhecimento, disponibilização de informações adequadas e aplicação coerente do conhecimento é o alicerce para o desenvolvimento de competências. É importante que as companhias encarem a competência em segurança de processo com uma abordagem multidisciplinar; obviamente, é interessante ter uma pessoa especialista que seja responsável pela condução dos trabalhos que envolva, de forma ampla, segurança de processo, mas abordar esse assunto de forma multidisciplinar enriquecerá todas as etapas do ciclo de vida de um processo. As empresas que fabricam ou manipulam substâncias químicas perigosas precisam desenvolver esse tipo de competência, pois do contrário, não será possível manter práticas de projeto / operacionais seguras, ou, ainda, não será possível ajustar os procedimentos e planos de trabalho de forma e em tempo adequados. É interessante que as companhias entendam que há vários benefícios indiretos, e que geram lucros, derivados das boas práticas em segurança de processo. Os atuais sistemas de controle (automação) de processos químicos, por exemplo, em geral, coletam e armazenam muitos dados. É comum que seja necessário utilizar esses dados para fazer avaliações voltadas à segurança, fazendo com que esses dados sejam transformados em informações. As informações, por sua vez, são utilizadas para pautar as melhorias / adequações nos sistemas de segurança, o que faz com que as informações sejam transformadas em conhecimentos. Conhecer os processos produtivos permite que as melhores decisões sejam tomadas, seja à luz de segurança, seja à luz do aumento da produtividade.
Como a taxa de ocorrência de graves acidentes em plantas químicas “não é alta” (quando ocorrem, os impactos podem ser imensos), esses benefícios indiretos são, muitas vezes, observados como “financiadores da cultura de segurança”.
Gestão do conhecimento do processo
O conhecimento tácito permeia nossas vidas e, claro, ele está presente em nossas vidas profissionais também e as empresas precisam estabelecer procedimentos para que todo o conhecimento relativo aos seus processos seja formal. Entender que competência e conhecimento estão intimamente ligados e entender os benefícios de ter todo o conhecimento registrado em documentos, procedimentos, projetos, memoriais de cálculos, etc., fará com que, certamente, essas empresas mantenham o acervo necessário para perpetuar o que foi aprendido e, dessa forma, poder aprimorar continuamente os seus mecanismos de segurança em processos (claro, se essas empresas contarem com pessoas competentes e compromissadas). Obviamente, um risco só será compreendido se houver conhecimento sobre o processo produtivo completo e como os processos estão em constante evolução, o cuidado com conhecimento deve começar no momento da concepção da ideia sobre um processo e indo até a finalização do descomissionamento de uma planta industrial.
Outras pílulas sobre esse assunto:
- PL05-5060-01: Gestão de segurança de processo baseada em riscos – Introdução;
- PL05-5060-02: Gestão de segurança de processo baseada em riscos – Abordagens na prevenção de acidentes;
- PL05-5060-03: Gestão de segurança de processo baseada em riscos – Cultura de segurança de processo e cumprimento de normas;
- PL05-5060-05: Gestão de segurança de processo baseada em riscos – Identificação de perigos e análises de riscos;
- PL05-5060-06: Gestão de segurança de processo baseada em riscos – Integridade e confiabilidade dos ativos;
- PL05-5060-07: Gestão de segurança de processo baseada em riscos – Gestão de prestadores de serviços;
- PL05-5060-08: Gestão de segurança de processo baseada em riscos – Gestão de mudanças.
Elaborado por: Everton Salomé
Referência LTI: PL05-5060-004_0