Uma visão geral e rápida
O lítio, também chamado de “ouro branco” e de “metal do futuro” se apresenta como uma porta de oportunidades para o setor brasileiro de mineração.
Figurando entre os metais necessários para a fabricação de baterias de alto desempenho (ou seja, figura entre os metais do mercado de “energia verde”), a exploração desse metal tem crescido no Brasil. Dados de 2022 e fornecidos pelo USGS (Serviço Geológico dos Estados Unidos) indicam que as reservas de lítio, no mundo, totalizavam cerca de 26 milhões de toneladas. Uma informação importante é que esses dados não contemplam as reservas da Bolívia, e há indicativos que esse país tenha a maior reserva mundial de lítio. Há dados que indicam uma reserva de 23 milhões de toneladas nesse país.
O lítio, além de ser usado na fabricação de baterias, também é usado em ligas metálicas especiais e medicamentos (controle de depressão, por exemplo).
Como a demanda por baterias cresceu em anos anteriores (carros elétricos, laptops, celulares, etc.), foram observados movimentos financeiros importantes na América do Sul.
No Brasil, a BYD, gigante chinesa fabricante de carros elétricos, está negociando a compra da mineradora que detém a maior mina de lítio do Brasil.
A Índia e a Argentina fecharam um acordo que dá direito de exclusividade de exploração aos indianos.
Um acordo fechado entre China, Rússia e Bolívia também foi firmado. China e Rússia vão investir mais de 1,5 bilhão de dólares na exploração de lítio boliviano.
Saindo no território sul-americano, a China divulgou, recentemente, a descoberta de reserva com 1 milhão de toneladas de lítio em seu território.
Outra descoberta recente indica que um antigo vulcão norte americano pode abrigar a maior reserva de lítio do mundo; estima-se que esse extinto vulcão pode abrigar entre 20 milhões e 40 milhões de toneladas de lítio. Se essa reserva for confirmada, ela levará o título de maior reserva do mundo.
Números conhecidos
Nessa seção vamos apresentar alguns números – todos obtidos no site InvestNews.
Dentre os grandes produtores mundiais de lítio, o Brasil figurou na sétima posição em 2023. Embora seja uma posição interessante, a produção brasileira representou pouco mais de 0,7% do total produzido. Como mostrado na Figura 1, a Austrália é, com grande vantagem, o maior produtor de lítio.
Embora a Austrália seja o maior produto, o Chile é o país que possui as maiores reservas confirmadas de lítio (Figura 02) e é, também, o maior exportador (Figura 03).
Cotação do lítio
O preço do lítio apresentou fortes altas nos anos de 2021 e 2022; em 2023, o preço desse metal despencou, como mostrado na Figura 04.
A acentuada queda do preço, de aproximadamente 80% se deve ao rápido incremento na oferta desse produto e à uma diminuição do ritmo de crescimento da demanda por baterias.
O mercado de lítio para o ano atual e para os próximos anos é incerto, segundo análise de especialista. Com tantos investimentos em exploração desse metal, será que o seu preço continuará sendo atrativo para as mineradoras? Além desse ponto, há novas tecnologias sendo apresentadas, como as baterias de sal, que têm o cloreto de estrôncio como base. O mercado de apostas está aberto!
O futuro da mineração
A corrida por materiais nobres parece estar entrando em uma nova era. A Noruega, por exemplo, aprovou uma lei que permite a mineração no fundo do mar. Ainda sem pesquisas realmente conclusivas sobre os impactos à vida marinha, esse país está abrindo novos caminhos para a exploração, inclusive, do lítio.
Há empresas se preparando para minerar no espaço! Sim, é verdade. Há planos (mesmo que sejam distantes) de mineração na lua e, até, em asteroides. Pois bem, mais apostas virão!